Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre RUÍDO URBANO, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

domingo, 13 de julho de 2008

Novo sistema que reduz ruídos automotivos!

Uma pesquisa feita pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da
USP em parceria com a Universidade Católica de Leuven (KUL) da
Bélgica resultou em um sistema que reduz em até 30% os ruídos
automotivos.

Pensando em propor ferramentas de projeto e desenvolvimento de
sistemas de controle de ruído para automóveis, Leopoldo Pisanelli
Rodrigues de Oliveira, pesquisador do Laboratório de Dinâmica
(LabDin) da EESC, realizou experimentos com dispositivos de controle
em um modelo de veículo não funcional. O modelo foi excitado com som
de um motor em diversas condições de operação, e as avaliações
indicaram que os dispositivos usados diminuíram em quase um terço os
sons percebidos pelos ocupantes.

Efeitos colaterais

O sistema de controle utilizado pode ser adaptado pela indústria,
ainda que requeira um esforço de diversas áreas para torná-lo uma
aplicação comercial, principalmente no que se refere ao tamanho dos
atuadores e amplificadores e ao seu consumo de energia. "Contudo, se
os resultados até agora promissores se confirmarem em aplicações mais
complexas, e com a constante demanda por redução de ruído, talvez
este se torne no futuro um item comum em veículos", prevê o
engenheiro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica um considerável
número de efeitos colaterais à saúde causados pela exposição ao
ruído, que podem ser de ordem psíquica (tensão psico-fisiológica,
irritabilidade, distúrbio do sono, perda da produtividade ou
dificuldade no aprendizado em crianças) ou física (insônia,
hipertensão arterial e deficiência auditiva).

O experimento

O ruído é transmitido do compartimento do motor para dentro do
veículo não-funcional (mock-up) por meio do painel metálico na
carroceria do automóvel (parede-corta-fogo). Então, um sistema de
controle ativo é instalado na parede-corta-fogo para reduzir a
transmissão de ruído para o interior.

A principal diferença entre controle ativo e passivo é que no
controle ativo se subentende o uso de atuadores capazes de introduzir
energia no sistema, como é o caso dos alto-falantes. Enquanto isso,
no controle passivo se utilizam elementos como espumas, por exemplo.

"A necessidade do uso de controle ativo surge pela impossibilidade de
se tratar a redução de ruído em baixas freqüências com absorvedores
passivos e da flexibilidade conferida pelo uso de estratégias de
controle ativo", explica o cientista. "Mas há que se ressaltar que,
quando se fala em qualidade sonora, nem sempre a redução do ruído é o
objetivo final; às vezes é preciso combinar redução de ruído em
algumas situações com o aumento em outras", acrescenta.

Testes

Os testes descritos foram feitos na Bélgica, nos laboratórios de uma
empresa que desenvolve software e equipamentos de simulação e medidas
de ruído e vibração. Os resultados da pesquisa foram expostos na tese
de doutorado do engenheiro, defendida em 2007 na EESC, Controle ativo
de ruído em veículos e seu impacto na qualidade sonora.

"Realizei a pesquisa num programa bilateral com a KUL. Lá encontrei
não somente receptividade, mas a necessidade de alguém que pudesse
trabalhar nesta linha de pesquisa, no contexto de um projeto europeu
do qual a universidade e fabricantes como Renault, Volkswagen e
Airbus fazem parte", conta Pisanelli.

Gastos em saúde

Ocupantes do veículo são expostos a longos períodos de ruído e
vibração, ocasionando os problemas de saúde relatados. Além disso, em
pesquisas de opinião com a população em geral, a poluição sonora é
apontada como problema com a mesma freqüência que o aquecimento
global.

A comunidade européia, por exemplo, vem aumentando o foco de suas
legislações na redução de ruído, como relata o pesquisador: "Um
relatório indica que 80 milhões de pessoas naqueles países vivem em
regiões onde o nível de ruído é considerado inaceitável e 170 milhões
onde o ruído pode causar sério desconforto. E as estimativas apontam
para um gasto anual com problemas de saúde relacionados ao ruído
nestes locais na margem dos € 12 bilhões/ano."

Fonte:
http://www.webmotors.com.br/wmpublicador/yahooNoticiaConteudo.vxlpub?hnid=39887

Nenhum comentário: