Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre RUÍDO URBANO, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Soluções de engenharia para driblar poluição sonora

Para especialista, má educação é principal responsável por ruídos na cidade, mas há remédio

Lilian Primi

Morar em uma cidade como São Paulo pode significar a convivência forçada com um nível de ruído muito além dos 70 decibéis (dB) - máximo permitido por lei, que cai para 45 dB à noite. “O problema está nos cidadãos, que desobedecem as leis da boa convivência”, diz o engenheiro civil especialista em conforto acústico Racine Tadeu Araújo Prado, professor do Departamento de Construção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. “O barulho do trânsito é até certo ponto, suportável. Mas um bar com som em alto volume e onde as pessoas falam aos berros é inconcebível”, ressalta.
Mas para quem não pode esperar que o vizinho aprenda a respeitar o próximo, a Engenharia criou algumas soluções baseadas na instalação de barreiras, que impedem o som de entrar no ambiente. “Isso implica em vedar totalmente a residência, com portas e janelas anti-ruído.” Ou instalar barreiras reais, como a parede de concreto que existe na área de chegada da Rodovia dos Bandeirantes. “Qualquer parede, de concreto ou tijolo, tem grande massa e, portanto, barra o som”, explica.
O problema, segundo o professor, é o preço. “A classe média dificilmente tem acesso a elas”, avalia. Na empresa especializada em sistemas anti-ruído Atenua Som, por exemplo, a janela anti-ruído (com vidro duplo e caixilhos vedados) custa a partir de R$ 1,5 mil. “Como o ambiente tem de ficar fechado, costuma-se incluir o ar condicionado”, conta o vendedor Marcelo Alex dos Santos.
A empresa atende o Brasil todo, mas o vendedor diz que, em São Paulo, a maioria dos clientes está em bairros com trânsito intenso, como Morumbi, Campo Belo, Moema e Itaim Bibi. Na Avenida Nove de Julho, na região central, por exemplo, o ruído pode chegar a 90 dB. A média nas ruas de São Paulo é de 80 dB, segundo o vendedor. “A maioria quer vedar os dormitórios”, conta.
A empresa criou um sistema de sobreposição para contornar as limitações de condomínios que não permitem mudanças na fachada. Ele garante redução na intensidade do ruído de 70%.
Mas não é apenas o barulho externo que incomoda. Há o ruído próprio do funcionamento da casa “que deve ser absorvido, para não reverberar, o que se consegue com revestimentos fibrosos”, ensina o professor Prado. A clássica solução das caixas de ovos criam um bom ambiente para ouvir música, assim como o carpete e os forros de materiais fibrosos.
Mas o arquiteto e empresário Schaia Akkerman, sócio-diretor da Acústica Engenharia, diz que, com as espessuras das paredes e lajes que se usam atualmente, isso apenas reduz o problema. “O boom imobiliário acirra a concorrência, baseada principalmente no preço”, explica. Para conseguir um custo menor, muitas vezes se sacrifica a qualidade de vida no ambiente. “Com lajes mais finas, os passos do vizinho de cima ecoam embaixo. Isso só se revolve durante a construção, com a colocação de mantas isolantes entre um andar e outro.”

Fonte: http://txt.estado.com.br - 16.11.07

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

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terça-feira, 9 de outubro de 2007

Barulho nosso de cada dia



Em São Paulo, os ruídos da vida moderna são um tormento, mesmo durante a noite. O barulho nosso de cada dia ameaça o sono e a saúde dos paulistanos. Os sintomas logo aparecem: estamos ficando surdos cada vez mais cedo.
Depois de um dia de trabalho, o que se quer é descansar, retomar as energias para o dia seguinte e deixar pra trás o estresse e a ansiedade. Este é um desejo nem sempre satisfeito.

A culpa é do barulho. Dentro ou fora de casa, às vezes não há como fugir do barulho. Os sintomas logo aparecem: estamos ficando surdos cada vez mais cedo.

Às 20h, os meninos bem que poderiam estar na cama. “Os vizinhos reclamam muito, ainda mais quando é bem de noite assim. E eles gritam, tacam copo, tacam varias coisas, ficam nervosos”, conta uma criança.

Em uma cidade grande, algazarra de criança é o menor dos problemas. “O ônibus faz barulho. Isso incomoda”, aponta uma senhora.

Antônio é caminhoneiro há mais de 30 anos. “Eu acho que estou atrapalhado. Essa poluição sonora está me deixando louco”, comenta.

O barulho provoca um estado de alerta constante. “São dez horas com esse barulho de motor no ouvido, sem contar o barulho que vem da janela”, comenta um motorista de ônibus.

A poluição sonora pode levar à ansiedade e à depressão. “O barulho do portão me incomoda muito. A gente até se espanta. Vai passando e, de repente, aciona o alarme. A gente fica espantado”, diz um jovem.

Irritação, nervosismo e insônia são comuns. “A gente vai para a cama e fica um tempão. Só depois de um tempo que você consegue dormir. A adrenalina abaixa e você consegue dormir”, conta outro jovem.

A sensação é de ouvido tampado e tontura. “Quando chega o momento que a gente fica sozinha a gente percebe o zumbido no ouvido”, diz uma paulistana

“Se você considerar os ruídos ao longo da vida vão agredindo a sua orelha e você não tem uma reposição das células ciliadas, que são responsáveis pela audição, qualquer agressão ao longo da vida vai trazer conseqüências”, explica o médico Arnaldo Guilherme.

Em uma cidade do tamanho de São Paulo, nem sempre a noite é sinal de sossego. Para não atrapalhar o trânsito, uma obra pública só pode ser executada a partir das 22h e só termina de manhã, quando os moradores da região estão se preparando para ir ao trabalho. A construção fica na esquina de um dos maiores hospitais de São Paulo.

“Eles têm que fazer alguma coisa. A obra tem que ser feita talvez de alguma outra forma”

“Se eu morasse aqui perto, eu estaria mais estressada. É terrível”, diz uma motorista.

Segundo os médicos, as novas gerações estão ficando surdas cada vez mais cedo.

“Há uma cultura para o barulho. O que nós deveríamos ter, realmente, é uma cultura para o silêncio para nos acostumarmos e entendermos que essa situação é irreversível. E só vai ser realmente detectada quando você se sentir surdo, e aí não tem mais retorno”, acrescenta o médico Arnaldo Guilherme.

Essa barulheira atrapalha até quem acabou de nascer. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que bebês prematuros que estão internados na UTI estão expostos a ruídos que ultrapassam os 80 decibéis. O barulho provocar problemas de audição no bebê.


Fonte: Bom Dia Brasil - 09/10/07

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Poluição sonora causa deficiência auditiva


A poluição sonora pode desencadear um estresse degenerativo, provocando
desde surdez irreversível até insanidade mental, dentre outras doenças.



Se você esteve em algum ambiente em que houve a necessidade de gritar para se fazer ouvir, se você sente zumbidos ou tem a sensação de diminuição na audição após uma demasiada exposição sonora, a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SBORL) recomenda que procure um médico otorrinolaringologista para avaliação e acompanhamento de sua saúde auditiva. Foi o que fez o borracheiro Valdecir Bastos Santos, que agora não descarta o protetor auricular e o abafador de ruídos. Ele teve uma importante perda de audição no ouvido esquerdo e teve que se acostumar com a proteção. “É melhor se sentir incomodado do que ficar surdo”, ensina. Os médicos concordam: se submeter a um barulho muito alto por vários anos, em longo prazo pode deixar a pessoa incapacitada para o resto da vida.

A exposição a sons intensos é a segunda causa mais comum de deficiência auditiva. Muito se pode fazer para prevenir a perda auditiva induzida por ruído, mas pouco pode ser feito para reverter os danos que ela causa. Normalmente, a deficiência auditiva não equivale a um “tudo ou nada”, de modo que o indivíduo escuta de acordo com o seu resíduo auditivo. Da mesma forma que a deficiência visual, a deficiência auditiva também apresenta graus e tipos de perda que irão caracterizar individualmente o modo de tratamento e as soluções indicadas pelos médicos. A deficiência auditiva atinge milhões de pessoas devido a uma série de fatores, tais como: hereditariedade, acidentes, traumas, doenças e envelhecimento do organismo, entre outros.

Sintomas sutis

O otorrinolaringologista Rogério Hammerschimdt afirma que um indivíduo não pode permanecer em um ambiente com atividade sonora de 85 decibéis de intensidade por mais de 8 horas. Esse tempo cai para 4 horas em lugares com 90 decibéis; duas horas em locais com 95 decibéis e uma hora quando a intensidade passa de 100 decibéis. O especialista alerta que é necessária a conscientização das pessoas que trabalham ou freqüentam locais barulhentos. “Algumas coisas podem parecer sem importância, mas acarretam conseqüências desastrosas para toda a vida”, alerta o médico.

Ao contrário do que muitos imaginam, a exposição a sons intensos não atinge somente profissionais que trabalham em locais com elevado nível de ruído, como indústrias ou aeroportos, mas pode acontecer numa variedade de situações que são muito freqüentes no dia-a-dia da maioria das pessoas (ver quadro). “Os sintomas iniciais da perda auditiva induzida por ruído são sutis, começando, na maioria dos casos, pelas freqüências agudas”, explica Hammerschimdt. Conseqüentemente, muitos indivíduos não percebem essa perda auditiva, pois todas as outras freqüências sonoras estão dentro da normalidade, e continuam se expondo por falta de orientação ou conhecimento.

Dependendo do período de exposição, sons de intensidades superiores a 85 decibéis podem causar dupla perversidade, pois ao mesmo tempo em que comprometem a capacidade auditiva para sons ambientais, podem causar um distúrbio contínuo e muito incômodo: o zumbido. O som nocivo (poluição sonora) pode acarretar conseqüências severas à qualidade de vida da população, afetando a saúde do indivíduo e conturbando as relações sociais. As repercussões são de ordem individual e coletiva.

Tudo faz barulho

A exposição aos sons intensos ocorre com mais freqüência do que se imagina. Alguns estudos mostram que a chance de um indivíduo desenvolver perda auditiva quando exposto a ruídos de 90 decibéis (dB) durante 40 anos é de 25%. Isso sem levar em consideração que apenas um único som acima de 100dB pode lesar irreversivelmente as células sensoriais de pessoas suscetíveis. Essa intensidade sonora é facilmente atingida em cinemas, danceterias, shows musicais ou comemorações com fogos de artifício, entre outros.

Avião a jato durante a decolagem - 130-140 decibéis.

Arma de fogo - 130-140 decibéis.

Show de rock - 110 decibéis.

Serra elétrica - 100-105 decibéis.

Tráfego pesado - 80 decibéis.

Automóvel passando a 20 metros - 70 decibéis.

Bate-papo a 1 metro - 60 decibéis.

Sala silenciosa - 50 decibéis.

Área residencial à noite - 40 decibéis.

Falar sussurrando - 20 decibéis.

Fonte: Paraná Online - 19/09/07

Prefeitura multa lojas no Centro de Curitiba por poluição sonora

A Prefeitura de Curitiba multou quatro lojas no centro da cidade por poluição sonora. Além das multas, R$ 1.500,00 para cada estabelecimento, outros 20 foram notificados e devem cumprir o limite permitido pela legislação municipal, que determina volume sonoro abaixo de 65 decibéis para a região central.

As multas e notificações foram feitas por fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Secretaria Municipal do Urbanismo, em operação concentrada durante a semana passada na Rua XV de Novembro e entorno. Quatro equipes percorreram a área comercial, desde as Praças Osório e Rui Barbosa até a região da Catedral.

Os estabelecimentos multados e notificados usavam equipamentos sonoros com volume acima do permitido e caixas acústicas voltadas para a rua, na tentativa de chamar a atenção do consumidor. “O objetivo é mostrar aos comerciantes que a lei estabelece limites para uso de som”, disse o superintendente da Secretaria do Meio Ambiente, Mário Sérgio Rasera.

Fonte: Paraná Online - 17/09/07

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Camelôs irregulares enfrentam PM ao tentar reabrir feira no Brás

Ambulantes reivindicam licença e reabertura da "feirinha da madrugada"

DA REPORTAGEM LOCAL

Camelôs irregulares -sem o TPU (Termo de Permissão de Uso) da prefeitura para trabalhar- que tentavam reabrir a "feirinha da madrugada" entraram em confronto com a Polícia Militar às 4h de ontem no Brás, centro de São Paulo.
Há dez dias, a Suprefeitura da Mooca vetou a feira, que existe desde 2004, por entender que ela prejudica o sono dos vizinhos -começa às 3h e termina às 7h. Além disso, afirma que seus produtos são piratas.
Os ambulantes protestavam contra a decisão da prefeitura de suspender por um ano a emissão de novos TPUs para ambulantes e o fim da feira.
Atualmente, mais de 500 ambulantes com TPU trabalham no local das 8h às 18h. Outros 3.000 pleiteiam a autorização.
Armados com paus e pedras, 300 ambulantes irregulares, segundo cálculo da PM, ou 1.800, de acordo com o sindicato dos camelôs, enfrentaram 150 policiais, depredaram 14 lojas e incendiaram outros dois comércios na rua Oriente.
Os PMs revidaram com bombas de gás pimenta e balas de borracha. Ninguém se feriu. Sete pessoas presas foram liberadas. Por questão de segurança, foram suspensos por cinco dias a contar de amanhã todos os TPUs de ambulantes.

Fonte: www.folha.com.br/fsp - Sexta-feira, 31 de agosto de 2007.

Carro que polui vai ser reprovado em vistoria

Todos os postos do Detran passarão a fazer, a partir de janeiro do ano que vem, a inspeção veicular de gases
Daniel Engelbrecht

A partir de 1ode janeiro, veículos que estiverem emitindo mais poluentes do que o tolerável serão reprovados na vistoria de licenciamento anual do Detran. O órgão também passará a medir, em caráter experimental, o nível de ruído proveniente de carros, caminhões e ônibus. Esse teste também poderá ser fator de reprovação a partir de 2009.

Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, as medidas são necessárias para evitar que o Rio tenha que implantar num futuro próximo o rodízio de carros, como São Paulo, em função do aumento de sua frota. Como mostrou ontem O GLOBO, a cada mês cerca de 5.500 novos veículos são registrados no município.
Em julho, o Rio atingiu, segundo o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), a soma de 2.025.928 veículos, a grande maioria (1.640.600) carros de passeio.

O Detran calcula que 80% desse total estejam em condições de circulação. A expansão da frota levou ao aumento das emissões de CO2 em 16% nos últimos cinco anos, segundo um estudo realizado pela ONG Iniciativa Verde.

— Durante a década de 90, o Rio adotou três medidas que evitaram a necessidade de um sistema de rodízio de automóveis.

Foram elas a aprovação do uso do gás natural veicular (GNV), a retirada do chumbo da gasolina e a implantação da vistoria anual, em 1996, que ajudaram a conter a emissão de poluentes. Com o crescimento do número de veículos, no entanto, não podemos ficar só nisso — afirma Minc.

A inspeção veicular de gases já é realizada no posto Correa Dutra, no Catete, mas só reprova ônibus, caminhões e táxis.

Carros de passeio que estão emitindo mais poluentes do que o aceitável são apenas orientados a corrigir o problema. Segundo o presidente do Detran, Antonio Francisco Neto, o teste passará a ser realizado, ano que vem, em todos os postos.


Fonte: Jornal O Globo - 04/09/07

Culto ainda sem aval de bombeiros

Mesmo sem ter ainda autorização do Corpo de Bombeiros para realizar o evento, a Igreja Universal do Reino de Deus distribuiu ontem, em ônibus, trens, estações de metrô e nas ruas da cidade, panfletos convidando para a Vigília da Paz no Rio, prevista para acontecer dia 7 de setembro, a partir das 21 h, na Enseada de Botafogo. Anunciada como a “maior sessão de descarrego do mundo”, a reunião de fiéis tem preocupado a Associação de Moradores de Botafogo, que entrou com representação no Ministério Público para tentar cancelá-la.
— O evento vai começar na hora em que as pessoas se preparam para dormir e só terminará na manhã seguinte.
Se a igreja tem uma catedral enorme, por que não faz o descarrego lá? — diz Regina Chiaradia, presidente da associação.

O Ministério Público ainda não se pronunciou e o Corpo de Bombeiros aguarda que a igreja entregue mais documentos para concluir sua análise. O evento, segundo a propaganda, é “em favor de quem sofre com vícios, doenças, problemas financeiros e sentimentais”, e irá desfazer “obras de feitiçaria e inveja”.

Ele foi autorizado pelo prefeito Cesar Maia.


Fonte: Jornal O Globo - 04/09/07

sábado, 25 de agosto de 2007

Prefeitura de Niterói fecha quatro bares por excesso de barulho

Equipes da fiscalização de Posturas da Prefeitura de Niterói lacraram na manhã desta terça-feira, dia 7, quatro bares que excediam o limite de som estabelecido por lei.

Intimados em março, os proprietários não respeitaram as determinações dos fiscais e tiveram as suas atividades suspensas a partir desta terça-feira até que promovam as melhorias e cessem o uso de música alta durante o dia, a noite e de madrugada. A ação fiscal foi motivada por denúncias encaminhadas à Ouvidoria do município e à própria secretaria de Fazenda, por vizinhos incomodados com as atividades irregulares.

De acordo com o secretário de Fazenda, Moacir Linhares as operações de fiscalização acontecem diariamente em todos os bairros do município e os moradores que se sentem incomodados com estabelecimentos comerciais que não respeitam o Código de Posturas podem encaminhar as denúncias à Ouvidoria do município, através do telefone 3523 8404. " Abrimos um processo administrativo, fazemos as vistorias necessárias, intimamos os proprietários a obedecerem a legislação e, em último caso, suspendemos a atividade até que eles se adequem à lei", assegura o secretário.

Os estabelecimentos embargados na manhã de hoje estão mlocalizados na Rua Desembargador Nestor Perlingeiro, 992, em Santa Bárbara; Rua Expedicionário Sebastião Viana, 23, no Fonseca, Rua João Batista, 290, em Charitas e nos números 517 e 572 da Rua Hermes Mata Barcelos, em Piratininga.

Fonte: Prefeitura de Niterói (www.niteroi.rj.gov.br) – 07/08/07

Igreja é condenada por incomodar vizinhos com barulho

A Justiça paulista decidiu que limitar o ruído de aparelhos de som nos cultos religiosos não ofende o direito de culto. A tese foi acolhida pela Câmara Especial de Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo, para quem o Estado tem obrigação de proteger a liberdade religiosa, mas tem obrigação também de tutelar o meio ambiente da poluição sonora, causada por amplificadores e aparelhos de sons.

No mesmo julgamento, o Tribunal de Justiça descartou a tese do Ministério Público Estadual de dano moral ambiental, por conta da poluição sonora. No entendimento da turma julgadora, danos morais são ofensas a direitos da personalidade. Ou seja, a vítima deve ser uma pessoa, não sendo a lesão compatível com a idéia de violação coletiva.

No caso em julgamento, a Igreja Evangélica Assembléia de Deus foi acusada de perturbar o sossego dos moradores vizinhos ao seu templo na região do Tatuapé. O recurso, apresentado pelas partes em litígio, reclamava do teor da sentença do juiz Cláudio Pereira França, da 2ª Vara Cível do Tatuapé. O magistrado condenou a igreja a pagar indenização de R$ 7 mil, por danos morais. O valor seria depositado no Fundo Estadual de Reparação de Interesses Difusos Lesados.

A igreja recorreu da sentença, alegando que já não produz poluição sonora durante seus cultos e emite sons que não ultrapassam os limites permitidos na lei. Afirma, ainda, que não incomoda a vizinhança e que a iniciativa que deu origem à Ação Civil Pública partiu de reclamação de uma única vizinha.

O Ministério Público Estadual também apelou para que a igreja fosse obrigada a fazer obras de vedação do prédio, capazes de impedir a dispersão de sons e ruídos. A promotora Cláudia Cecília Fedeli ainda reclamou que a instituição religiosa fosse obriga a não realizar ensaios e cultos com o uso de instrumentos musicais.

Perícia feita pelo Instituto de Criminalística (IC), da Polícia Civil, constatou nos dias 26 e 27 de abril de 2002 que o nível médio de ruído, no local, foi de 88 decibéis, quando o permitido ficaria ente 50 e 60 decibéis. De acordo com o processo, o ruído perdurou por seis anos, até 2003 quando a acusada realizou obras para solucionar o problema.

A turma julgadora firmou jurisprudência no entendimento de que a liberdade de culto encontra limitações no modo como é exercida. A Câmara Especial do Meio Ambiente reconheceu a liberdade de crença, mas ponderou que a proteção não permite a poluição sonora, capaz de perturbar os moradores próximos do templo. Ou seja, não é permitido a uma igreja, sob o fundamento da liberdade religiosa, adotar uso nocivo da propriedade, por meio da poluição sonora, extrapolando o limite legal.

A turma julgadora definiu como descabida a reclamação do Ministério Público para que a Justiça obrigasse a igreja a deixar de usar instrumentos musicais. Na opinião dos desembargadores, o pedido afronta direito fundamental.

“Frise-se, o exercício de culto é livre, encontrando limites apenas no que se refere à poluição sonora, objeto da tutela nesta ação. A ré pode utilizar quaisquer instrumentos musicais na celebração dos cultos, desde que respeite os limites de tolerabilidade quanto à emissão dos sons e ruídos, dispostos na legislação”, afirmou o relator, Jacobina Rabello.

No entanto, a Câmara Especial determinou que a igreja não poderá fazer ensaios e cultos, sem tomar as precauções para evitar a emissão de sons e ruídos acima daqueles permitidos pela legislação em vigor. No caso de descumprimento, estará sujeita a pagar multa diária de R$ 1 mil. A Assembléia de Deus ainda foi condenada a realizar as obras necessárias para impedir a dispersão de som no templo.

Preço do barulho Igreja Universal é multada por poluição sonora
A Igreja Universal do Reino de Deus, em Farroupilha (RS), foi condenada a pagar multa de R$ 296 mil por descumprir o termo de ajuste firmado com o Ministério Público, de não produzir poluição sonora. A decisão foi confirmada pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que negou o recurso da igreja.

A Universal alegou que os laudos de medição acústica da Patrulha Ambiental da Brigada Militar de Caxias do Sul não condizem com a realidade e foram falsificados. Por isso, pediu que fosse feita uma nova perícia. A primeira instância entendeu que ação não serve para questionar o laudo.

A relatora do recurso da igreja, desembargadora Matilde Chabar Maia, ratificou a sentença. Explicou que falsidade material é aquela que se comete pela fabricação falsa de documento ou de título. Já, na falsidade ideológica, o título ou documento se mostra verdadeiro, mas o seu conteúdo não demonstra veracidade.

Na avaliação da desembargadora, a intenção da Igreja Universal é questionar a declaração contida nos laudos. O incidente de falsidade documental é procedimento que serve para afastar do processo prova documental materialmente falsa. “Não serve, entretanto, para expurgar prova documental na qual haja vício de consentimento — falsidade ideológica.”

Acompanharam o voto da relatora o desembargador Nelson Monteiro Pacheco e o juiz convocado Crespo Brum.

Ação de Execução

O Ministério Público instaurou Inquérito Cível para verificar a produção de poluição sonora pela Igreja Universal do Reino de Deus. Em dezembro de 1999 foi firmado o Compromisso de Ajustamento com a Igreja. Ela assumiu obrigação de adequar suas instalações para impedir a emissão de ruídos acima dos níveis permitidos pela lei, no prazo de 120 dias, sob pena de incidência de multa diária. Alegando o descumprimento do acordo, o Ministério Público ajuizou ação de execução, no valor total de R$ 296.709,00.

Fonte: Adjorisc - O Barriga Verde Notícias - 10/07/07

Homem é espancado por reclamar de barulho

Vítima se recupera de câncer no fígado e mora ao lado do Estádio Pinheirão (PR).
Cerca de 15 motoqueiros, que faziam manobras no local, agrediram o morador.

Um homem de 48 anos, que se recupera de um câncer no fígado e que mora ao lado do Estádio Pinheirão, em Curitiba (PR), foi violentamente agredido por motoqueiros no estacionamento do estádio, na noite desta quinta-feira (5). Depois de reclamar várias vezes da algazarra e do barulho feito pelas manobras das motocicletas, ele foi espancado até perder a consciência. Uma testemunha da agressão o socorreu e o levou para o Hospital das Nações.

A vítima, um gerente de compras desempregado, passou por exames e levou vários pontos na cabeça, testa e boca. Ele foi liberado no começo da noite desta sexta-feira (6). Segundo uma testemunha, que preferiu não ser identificada, 15 pessoas participaram da agressão.


Fonte: G1 (http://g1.globo.com) - 07/07/2007

Escola terá de abafar barulho dos alunos para não fechar

A escola particular Jardim Anchieta, de Florianópolis, terá de fazer adaptações no prédio para abafar a gritaria dos alunos e pode ser fechada se não cumprir a determinação da Justiça.

A escola é cercada de casas e o barulho das crianças tem perturbado o sossego de alguns vizinhos. Eles entraram na Justiça e ganharam uma liminar que determina que o colégio reduza a poluição sonora dos alunos. A medida vale a partir de 1º de janeiro do ano que vem. E se não for cumprida até lá, a escola vai ter de fechar as portas. Para a Justiça, os ruídos prejudicam a saúde de 12 famílias da vizinhança.

"Diz que um casal de 70 anos piorou da hipertensão por causa do barulho e que há laudo médico que atesta que a causa é a poluição sonora", disse João Hoepers, vizinho da escola.

Segundo o Jornal Hoje, a escola recorreu da decisão, mas não conseguiu derrubar a liminar. "A escola está aqui há 15 anos. O que a gente pode fazer? Vai tolher a liberdade de expressão das crianças? Vamos amordaçá-las para evitar o barulho?", disse Ana Paula Zanella, diretora da escola.

A ação foi movida pelo promotor do Meio Ambiente de Florianópolis. "As crianças devem e podem fazer barulho. O aspecto é contra a escola que construiu de forma irregular, sem o tratamento acústico em uma área residencial exclusiva", explicou Alexandre Herculano, promotor de Justiça.

A diretora contesta. Uma lei municipal permite ruídos até 65 decibéis para escolas que estão em áreas residenciais. Mas o relatório que avaliou a poluição sonora do colégio dela usou uma norma mais severa, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que limita o barulho em 50 decibéis. A escola tem 38 dias para se adaptar.

Fonte: Redação Terra (www.terra.com.br) - 24/11/06

Belenenses sofrem com a chamada "cultura do barulho"

THIAGO REIS

Em Belém (PA), apontada por uma pesquisa do IBGE como "capital brasileira do barulho" se criou uma "cultura do barulho" que, segundo Rejane Bastos, vice-presidente da Associação Amigos do Silêncio, explica o motivo de a capital ser considerada barulhenta por seus próprios moradores.

"Há caixas de som instaladas em postes, festas de aparelhagem --onde caixas acústicas enormes ganham as ruas. Aqui, barulho é sinônimo de poder", diz.

Segundo ela, há 30 pessoas que possuem esses aparelhos e que mapearam a cidade. "E tem gente que não tem dinheiro para comer, mas tem um som em casa. Até os bares disputam para ver quem faz mais barulho." Bastos conta que já teve um juiz que entrou atirando numa caixa de som porque não conseguia dormir. "Estamos à beira de uma guerra civil."

Para o advogado Jean Carlos Dias, presidente da Comissão de Combate à Poluição Sonora de OAB-PA, há três motivos para tanto barulho: o aspecto cultural, a falta de fiscalização e empresas lucrando ilicitamente com o alto som nas ruas.

Dias diz que o povo paraense é musical e sempre produziu ruído sem se preocupar com o vizinho. "O problema é que os exageros nunca foram coibidos", diz.

Ele também chama a atenção para as "festas de aparelhagem" --onde empresas cobram para fazer shows com caixas acústicas enormes a céu aberto. "É um trio elétrico sem o trio."

Para o advogado, no entanto, o motivo da poluição sonora e do descontentamento do povo é a falta de fiscalização. "O aparelho estatal ainda não está preparado para lidar com a situação. Belém cresceu muito, e não houve um acompanhamento por parte do órgão estadual", diz.

"Ainda não se botou na cabeça das autoridades que fazer barulho é crime", afirma Bastos.

Fiscalização

A comissão, após reunião com o Ministério Público, já estuda três medidas a serem implantadas. Uma é dar um "selo do silêncio" para os estabelecimentos que cumprirem o nível de decibéis.

Outra é aparelhar a Delegacia do Meio Ambiente. "Eles têm um carro só para atender 2 milhões de habitantes", diz Bastos.

Por último, a idéia é manter um registro na polícia, para que os reincidentes sejam punidos. "Belém ainda é uma cidade muito arborizada, então o som se propaga muito mais que em São Paulo, por exemplo", diz Dias.

Fonte: Agência Folha

Sete bares são fechados por barulho em SP

Subprefeitura da Vila Mariana interditou sete bares neste fim de semana.
Proprietários e clientes reclamam da operação, motivada por reclamações da vizinhança.


A subprefeitura da Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, apertou a fiscalização em bares e restaurantes que funcionam além da uma hora da manhã e fechou sete bares neste final de semana após reclamações de moradores.

Na operação realizada com base em reclamações de moradores, os sete bares foram multados em R$ 25,4 mil. Em três deles, além do barulho, a prefeitura encontrou máquinas caça-níqueis.

Os sete estabelecimentos foram interditados. Para funcionar depois da uma hora da manhã, bares e restaurantes precisam de uma licença especial de funcionamento, proteção acústica, segurança e serviço de manobristas.


Veja o site do SPTV


Fonte: G1 (http://g1.globo.com) - 02/04/07

Vendedor de jornal é morto por causa de barulho

Vendedor levou um tiro no rosto, em Minas Gerais.
Arma do crime está sendo procurada.

Um vendedor de jornal foi morto com tiro no rosto na manhã desta segunda-feira (2) pelo morador de um prédio em Nova Lima (MG). Segundo a polícia, o morador do prédio confessou ter atirado no vendedor, ainda não identificado, após uma discussão. O acusado teria afirmado que atirou no vendedor porque ele estava gritando e fazendo muito barulho.

A arma do crime está sendo procurada e o corpo será encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. O acusado pelo crime não tem ficha na polícia e permanece detido na delegacia de Nova Lima.


Fonte: G1 (http://g1.globo.com) - 02/07/07

terça-feira, 17 de julho de 2007

Festa ruidosa, o que fazer

Carta 18.940
Chamei o 190 para resolver uma simples mas incômoda questão: barulho de festa, com gritaria e música em alto-falantes desde as 11 hs (escrevo às 17h15) deste domingo (24/6), no playground do prédio da Av. Jurema, 200, a 100 metros do meu. Disseram que preciso estar presente à chegada da viatura ou nada poderão fazer, pois é o procedimento legal. Quando perguntei qual é a lei, a linha caiu. Conclusões: 1) a PM desconfiou de mim, cidadão; 2) os PMs não têm idoneidade para abordar os transgressores da lei, no caso o responsável pela festa; 3) a PM se exime de agir na defesa do direito do cidadão; 4) dar segurança à população? melhor esquecer.
ROBERT A. SHARP
Moema

A Polícia Militar responde:
“A perturbação do sossego está tipificada no art. 42 da Lei das Contravenções Penais. Para configuração da contravenção, é imprescindível o acompanhamento da vítima. Discordamos da conclusão do leitor de que policiais militares não teriam idoneidade para abordar transgressores da lei, já que se trata de uma instituição com mais de 175 anos, que conta com pessoas rigorosamente selecionadas e que passam por processos de treinamento e depuração inquestionáveis. A população pode ajudar informando irregularidades e crimes pelos tel. 190 ou Disque PM (0800) 0555-190, pelo Fale Conosco PM ou Disque Denúncia 181.”

O leitor comenta:
A PM saiu pela tangente, como se diz. E, com essa resposta, provou o que eu disse.

Fonte: O Estado de São Paulo - 17/07/07

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Audição em risco



Andar pelas ruas das grandes cidades pode ser um problema para os ouvidos. O trânsito caótico e obras nas calçadas são um barulho muitas vezes mais alto do que se pode suportar. O quadro Conversa ao Vivo de hoje mostra o que acontece com pessoas expostas a ruídos constantes.

Uma esquina de Copacabana é uma das mais barulhentas do Rio. Um estudo da UFRJ encontrou lá uma média de ruído de 74,5 decibéis, mais que os 65 permitidos para áreas turísticas e comerciais. O resultado? Muita reclamação. “Tento ver um televisão em casa e não consigo escutar”, diz uma idosa.

Em uma área residencial o limite de 55 decibéis é extrapolado pela obra bem em frente aos apartamentos. “Aqui a gente está emitindo 88 decibéis. É um grande incômodo que está acontecendo. Só não chega a causar perda auditiva porque esse barulho não vai ficar aqui dez anos“, diz o engenheiro Marcelo Fontana.

Nem sempre é possível perceber a perda de audição, mas existem sinais de alerta: os sons agudos, como campainhas e apitos, deixam de ser ouvidos. Um zumbido que não passa também é um sintoma. Jonas de Lima, operário há quase três décadas, sofreu perda irreversível de audição. “No último exame eu estava com perda de 25% já. A gente acostuma...”

O ruído constante também pode provocar estresse, irritação e até aumento da pressão arterial.

Conviver com o barulho pode ser uma escolha, um prazer, principalmente para os mais jovens. Mas a música alta também pode prejudicar a audição. “Com esse nível de ruído que vocês tocam vocês tem meia hora para poder tocar sem ter perda auditiva“, explica Marcelo.

Os músicos da banda Maldita já sentem os efeitos de tanta exposição. “Uma horas hora, duas horas depois do ensaio eu fico escutando um barulho. Até a hora de dormir. No dia seguinte já melhora“, diz um dos integrantes.

O JH conversou com a doutora Andréa Pires de Mello, especialista em doenças ocupacionais.
Jornal Hoje: Para começar, vamos à pergunta que veio de Muriaé (MG) que é sobre os aparelhos portáteis de som, usados com fone de ouvido. Qual o limite de volume?
Andréa Pires de Mello: Esse é um problema dos jovens atualmente. A nossa orientação é que eles sejam utilizados em um volume mais baixo e por um período de tempo mínimo possível durante o dia, porque eles são lesivos. Quando a gente passa por essas pessoas a gente observa, a gente consegue escutar nitidamente a música. Imagina o nível que está chegando a esse ouvido.

Jornal Hoje: Pergunta de gente que trabalha o dia inteiro com telefone, como operadores de telemarketing. Mesmo que o som não seja alto, até que ponto esse ruído constante pode ser prejudicial?
Andréa Pires de Mello: É importante frisar que o nível de ruído que lesa a audição ele é a partir de um nível específico. Então nesse caso vai depender do nível de ruído ao qual esses trabalhadores estejam expostos. Agora, no caso do telemarketing a gente orienta que eles façam um rodízio, um revezamento entre as orelhas. E eles são obrigados por lei a realizar uma audiometria anualmente para controlar essa audição. As empresas tem que oferecer isso, é obrigatório.

Jornal Hoje: Pergunta do telespectador Ricardo, de São Paulo. Quem não tem perda auditiva, mas ouve zumbidos em partes do dia, Como é o tratamento?
Andréa Pires de Mello: É importante que esse indivíduo procure um otorrino, porque o zumbido ele pode ser manifestação não só de uma perda induzida pelo ruído, mas de outras patologias. Um distúrbio metabólico, alteração no colesterol, na glicose e até o uso de medicações que fazem mal ao ouvido.

Recebemos muitas perguntas sobre o que fazer com obras que começam antes do horário de silêncio, muitas vezes acabam depois, continuam aos sábados e domingos. Nesse caso a lei é municipal, cada cidade tem sua própria lei e a maioria das capitais conta com serviços que combatem o barulho em excesso. Em São Paulo, o Programa de Silêncio Urbano pode ser acionado para barulhos produzidos na rua. O telefone é: 156.

No Rio de Janeiro a lei do silêncio fiscaliza também sons altos que vêm de dentro das casas entre 22h00 e as 07h00. O telefone é 2503-2795.

Belo Horizonte tem o Disque-Sossego, que funciona todos os dias e também de madrugada. O telefone é: 3277-8100.

Em Florianópolis as reclamações podem ser encaminhadas para a polícia militar, através do telefone 190.

Em Fortaleza são fiscalizados os estabelecimentos comerciais. O telefone é: 3452-6927.



Fonte: Jornal Hoje - 04/07/07

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Cartas sobre ruido urbano - 02/07

Casa de samba
Moro na Rua Apiacás, quase esquina com João Ramalho, perto da casa de samba Santa Clara, com som ao vivo que vai até às 4h30. Um dos donos garantiu que a acústica é de última geração, mas é possível ouvir o som a 300 m de distância. Dentro de casa, fundos para a Santa Clara, não podemos nem ouvir rádio. No mesmo local já funcionou um bar (Ôrra Meu), que deu muitos transtornos de barulho. Multado pela Sub Lapa, só não foi lacrado porque mudou para pizzaria/bar, mas não deu certo. Lá, já teve até Igreja Universal e academia de ginástica - e agora a Santa Clara.
NEIDE APARECIDA DE OLIVEIRA
Perdizes

A Prefeitura responde:
“O Psiu fiscalizou o local várias vezes. A última vistoria foi dia 3/5, com ruído dentro do permitido por lei. A casa realmente tem sistema de isolamento acústico. O som pode estar vazando por outro lugar (fundos ou janelas), chegando à casa da leitora. Nesse caso, o Psiu precisa fazer medição a partir da casa de d. Neide, com sua autorização, que pode ser dada pelo tel. 3101-3737 ou pelo e-mail psiu@prefeitura.sp.gov.br. Se constaramos irregularidade, notificaremos o estabelecimento,que, em caso de reincidência, poderá ser multado em R$ 25 mil (300 UFMs). A Sub Lapa informa que o estabelecimento tem documentação provisória de funcionamento e já está se regularizando.”
ANDREA MATARAZZO

Secretário das Subprefeituras e subprefeito da Sé

Carta 18.900
Também há exageros
Sempre fui favorável às restrições ao excesso de barulho, em defesa do direito de cada um ter, em meio ao caos da metrópole, a possibilidade de encontrar paz e tranqüilidade. O problema é que às vezes me parece que esquecemos que estamos vivendo em sociedade e a intolerância passa dos limites. Marcamos a festa de aniversário de meus filhos gêmeos num espaço que tem a dupla função de brinquedoteca e de ambiente para festas, o Espaço Brincar. Infelizmente ontem (carta do dia 12/6) a proprietária do local me ligou para cancelar a festa e devolver o valor depositado, porque o lugar recebeu muitas reclamações pelo excesso de barulho em uma das comemorações. A festa em questão ocorreu em um domingo, foi das 13 às 20 horas, e a reclamação veio de algum vizinho. Já fui a quatro festas no local, e em nenhuma delas o barulho sequer se aproximou do ruído causado por dezenas de outros bufês. Em decorrência da multa aplicada por truculentos funcionários (no meio da festa, diga-se de passagem), a dona achou ‘mais prudente’ cancelar as festas já programadas, inclusive a dos meus filhos. Deixo aqui registrado o meu repúdio ao tipo de ser humano que se revolta a ponto de ligar para um órgão público reclamando de uma festa infantil que terminou antes mesmo do sol se pôr. O resultado desse gesto pode levar um espaço de grande valor educacional a fechar as portas.
VLADIMIR A. BROWN
Sumaré


Fonte: O Estado de São Paulo - 02/07/06

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Em defesa da natureza


Às 14h, o barulho incomoda muito na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Com a ajuda de engenheiros da Secretaria Estadual do Ambiente, alunos da Escola Estadual Pedro Álvares Cabral mediram a poluição sonora e confirmaram: a intensidade dos ruídos está bem acima do limite de tolerância da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Eu cheguei a captar 80 decibéis. Os limites recomendados seriam de 55 decibéis”, afirmou um engenheiro. “Quando estávamos fazendo as entrevistas, as pessoas que estavam nos ônibus não conseguiam ouvir a gente direito”, contou uma aluna.

Os adolescentes mediram também a emissão de gases poluentes. “À princípio, nós temos que sair menos de carro, para evitar tanta poluição”, ressaltou uma outra aluna.

“Estamos incentivando um programa de biodiesel. O Rio vai ser o primeiro estado a ter 5% de biodiesel. Vamos tentar, junto à Secretaria Estadual de Transportes, mais recursos para trem e metrô e sugerir uma campanha para as pessoas regularem seus motores”, afirmou o secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc.

Jovens treinados pelo Laboratório Social do Jardim Botânico plantaram 250 mudas na estrada de acesso ao Cristo Redentor. No local, funcionava um estacionamento irregular desativado há um mês pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “É bom ajudar a natureza, porque ela está precisando demais”, finalizou o jardineiro Wiliam Ferreira.



Fonte: RJTV - 04 de junho de 2007

Lei do Silêncio

A Lei do Silêncio determina em alto e bom som: é proibido fazer barulho acima de 85 decibéis entre 22h e 7h. A confusão começa na hora de saber se o nível do volume da festa ao lado ou do latido do cachorro do vizinho passou do limite.

Se fosse apenas o barulho do trânsito, João Vitor Rodrigues não se importaria – contra esse ruído não há o que fazer. Mas, segundo ele, o pior inimigo é um bar em frente ao prédio, na Lapa.

“O bar é insuportável porque, além de tudo, ele ainda tem uma maquininha para as pessoas escolherem música, e as pessoas sentam ali e fica aquela farra, aquela bagunça toda, com música superalta”, reclama João Vitor Rodrigues, relações públicas.

A síndica do edifício chegou a chamar a polícia e encaminhou uma carta à Secretaria de Meio Ambiente, mas não conseguiu que ninguém viesse fazer a medição do barulho.

“A resposta foi que eles não poderia vir fazer a medição em final de semana, que é pior – sexta, sábado e domingo -, que é o dia da nossa tranqüilidade, eles disseram que não podiam fazer a medição”, conta Wanda de Carvalho, síndica do prédio.

No bar, não encontramos o dono para ouvir as explicações dele.

A Lei do Silêncio vale para o período entre 10h da noite e 7h da manhã e estabelece limite para os ruídos: não podem ultrapassar 85 decibéis. Há um aparelho que mede esse nível, mas que quase ninguém tem. Isso basta para garantir a boa convivência entre vizinhos?

Para João Ricardo Matta e Tatiana não é o suficiente. O vizinho que mora três andares acima deles respeita a lei, mas nos outros horários do dia escuta música com o volume tão alto que boa parte do prédio é obrigada a ouvir o mesmo som queiram os moradores ou não.

“A lei permite que ele coloque o som alto porque ele está dentro do horário de legalidade. Porém, quando você mora numa comunidade, numa coletividade, tem que haver esse respeito pelo outro, mesmo que a lei faculte a você o direito de ouvir o seu som alto, você tem que pensar que o seu limite de gostar de um som alto vai até o limite em que as pessoas não são obrigadas a acompanhar e a curtir o mesmo som que você”, acredita João Ricardo Matta, publicitário.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que a população pode fazer denúncias sobre locais barulhentos pelo telefone 2273-5516, de segunda à sexta, no horário comercial. E é possível agendar a fiscalização para sábado ou domingo.




Fonte: RJTV - 19 de abril de 2006

Entrevista - Perda Auditiva

Até que ponto o hábito de se expor a sons exagerados leva a um real comprometimento auditivo? E que cuidados se deve tomar pra garantir um ouvido saudável por muitos e muitos anos? Confira a entrevista com a médica da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, Andréa Pires de Mello.

RJTV: Quem trabalha em lugares com muito barulho pode ter problemas auditivos?

Andréa Pires de Mello: Sem dúvida. É importante a gente esclarecer que, para que essa perda auditiva provocada e induzida pelo ruído se estabeleça, três fatores são primordiais: o nível de exposição ao qual esse indivíduo está exposto, o tempo de exposição – quantas horas por dia ele fica exposto e ao longo de quantos anos -, e a sensibilidade individual. Existe alguns indivíduos que são mais resistentes e outros que são mais sensíveis, mais suscetíveis a desenvolver essa perda auditiva.

Há algum tipo de prevenção para quem trabalha com barulho? No caso do DJ não, mas no caso do guarda municipal, pode usar proteção?

Sem dúvida alguma. Inclusive, a legislação brasileira preconiza: o limite de tolerância para essa exposição ao ruído é de 85 decibéis para oito horas diárias. Então, se você aumentar esse nível de exposição para 90 decibéis, esse tempo tem que ser reduzido para quatro horas. Se você observa o que aconteceu no quarto da adolescente (ver matéria “Problemas de audição”) isso é um absurdo. Eu fiquei surpresa. Em vez de 85 db, deveria estar em uma média de 55 ou 50 decibéis.

Quem fica muito tempo parado no trânsito pode causar problema auditivo?

Depende do tempo de exposição e do nível ao qual esse indivíduo encontra-se exposto. Nós sabemos que existem alguns locais, principalmente na hora do rush em algumas avenidas, que chegam a 90 decibéis.

Quando a pessoa entra em contato com um barulho tão alto, de 90 decibéis, por exemplo. Se ela depois passar por um período de descanso em casa, sem ruído, tranqüilo, o dano volta atrás? Dá pra recuperar o dano?

Interessante. É a sensação que você tem quando sai de uma boate, você sai com a sensação do ouvido estar “abafado”, fica um zumbido. Aí, volta pra casa e volta tudo ao normal algumas horas depois, no dia seguinte. Isso é chamado de Mudança Temporária Linear. Nesta fase, você não tem uma perda definitiva da audição ainda. Agora, se você continuar a se expor a um som de alta intensidade, essa perda vai ser definitiva.

Faz bem ou mal escutar música durante a caminhada?

Não. Existem trabalhos demonstrando que durante o exercício físico a exposição ao ruído aumentaria essa sensibilidade à perda auditiva. Nesse caso específico eu recomendo: não coloque o walkman num volume tão excessivo. Isso a gente vê: a gente passa de bicicleta, às vezes, por essas pessoas e consegue escutar a música que elas estão ouvindo...

Como eu fico sabendo que o meu filho está com algum problema auditivo?

Dependendo da idade, a criança já pode se queixar. É importante que, periodicamente, essa criança vá a um otorrino. Se ele estiver em idade escolar, algumas escolas solicitam a audiometria antes da alfabetização. Isso é importante.




Fonte: RJTV - 28 de março de 2006

Barulho com cautela


O som é inconfundível. O aviso aos pedestres é de que por perto algum carro está saindo de uma garagem. Para a estudante Maria Carlota de Alencar Pires, que é deficiente visual, o sinal sonoro é uma ajuda e tanto, principalmente em ruas onde o movimento nas calçadas é grande. Ela diz que já quase foi atropelada na saída de uma garagem.

“O sinal sonoro é muito importante para os deficientes visuais por dois motivos. Primeiro porque é uma segurança, principalmente nas ruas de grande movimento. E segundo porque, na maioria das vezes, os motoristas que saem de garagens subterrâneas não têm condições de visualizar quem está passando”, comenta Maria Carlota.

Mas se para uns o barulho é um alerta de segurança, para outros é um incômodo constante. O engenheiro Isnard Campelo Filho mora com a mãe de 90 anos em um prédio em Copacabana. Ele diz que as sinaleiras tocam por qualquer motivo, a qualquer hora do dia ou da noite.

“Hoje essa sinaleira sonora não serve só para automóveis, então, é caótico”, critica o engenheiro.

Uma lei municipal aprovada pela Câmara depois de ter sido vetada pelo prefeito Cesar Maia proíbe o uso de sinaleiras sonoras nas saídas das garagens. Os condomínios ficaram obrigados a instalar duas placas. Uma do lado de fora, dizendo “Atenção: entrada e saída de veículos”. E outra dentro da garagem, avisando que a preferência é do pedestre.

Ainda de acordo com a lei, imóveis com grande movimento de entrada e saída de veículos, como hospitais, edifícios-garagem e supermercados, devem ter operadores de tráfego.

Mas a prefeitura está questionando a constitucionalidade da lei. O governo municipal alega que o Conselho Nacional de Trânsito exige a instalação das sinaleiras sonoras e que enquanto a questão não é julgada a lei não pode valer. Por isso, o uso das sinaleiras não está sendo reprimido pela fiscalização e muitos moradores reclamam.

“Não suporto mais andar ouvindo essa campainha tocar. Isso estressa, é apito de esquina em esquina”, comenta um morador.

“Esse apito vai direto ao seu ouvido, mesmo se você estiver deitado em uma cobertura ou em um quarto de fundos”, diz outro morador.

O médico do trabalho Luiz Tenório, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), fez uma medição do barulho das sinaleiras. Algumas passam de 100 decibéis.

“Para os porteiros, que trabalham oito oras por dia, certamente estão com danos na saúde auditiva. Isso também aumenta o estresse e a hipertensão”, diz o médico.

“O barulho afeta a saúde, as sinaleiras acabam com s tímpanos. Desligar as sinaleiras, com responsabilidade, melhora a saúde auditiva da população”, defende o deputado estadual Carlos Minc (PT).

A Associação Brasileira de Administradoras de Imóveis (Abadi) apóia o desligamento das sinaleiras sonoras. Neste sábado, em um encontro de síndicos, a Abadi vai distribuir um folheto com algumas dicas para reduzir a poluição sonora, como utilizar redutores de velocidade na saída das garagens, instalar espelhos côncavos para melhorar a visibilidade dos motoristas e ligar as sinaleiras apenas no caso de saída de veículos nas áreas onde é grande o movimento de crianças, idosos e deficientes.

“Tenham sempre muita cautela, para não saírem tirando as sinaleiras só porque a lei permite. É preciso avaliar se o trânsito de pedestres é muito grande no local do condomínio, se há algum colégio ou alguma creche perto. Nessas circunstâncias, as sinaleiras não devem ser retiradas. Mas em ruas tranqüilas não se justifica que as sinaleiras continuem funcionando”, orienta o presidente da Abadi George Massett.



Fonte: RJTV - 9 de abril de 2005

Cidade do Barulho


Noite no Rio de Janeiro. O horário deveria ser de silêncio, em respeito a uma parte da cidade que dorme. Em um teste feito em Copacabana, dá para constatar. Os carros aceleram e o aparelho dispara: chega a 89 decibéis.

“Principalmente na Avenida Nossa Senhora de Copacabana existe um ruído terrível, bastante alto. A gente às vezes até se assusta”, reclama o trabalhador autônomo Mário de Andrade.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) determina que, em áreas residenciais, o nível de barulho não pode ultrapassar 55 decibéis durante o dia e 50 decibéis durante a noite.

No Centro da cidade, o ruído é medido na esquina das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas. Nesta esquina, o nível permitido é de 65 decibéis, mas chegou a 104 decibéis.

“A média que a gente conseguiu nesse ponto durante as medições foi da ordem de 85 decibéis, que já é o limite para a saúde do ouvido”, explica o especialista em ruídos, Gilberto Fucks. “Às vezes me fazem perguntas em casa e eu nem escuto, devido à barulheira”, conta o chaveiro André Felipe Silva.

Se tem quem reclame, tem também quem contribua espontaneamente e lucre com a poluição sonora. É o mercado do barulho.

Em uma oficina de motos, o principal serviço é alteração do cano de descarga, para intensificar o ruído.

“É questão de sobrevivência, de segurança, aumentar o barulho da moto. Eu já dei fechada em motociclista porque eu não escutei, e já saí fora de dar fechada porque escutei o barulho da moto”, justifica o dono da oficina, Roberto Chamburgue.

Não é por acaso que 63% da população brasileira têm perda auditiva. Segundo um relatório das associações brasileiras de Fonoaudiologia e de Otorrinolaringologia.

A fonoaudióloga Márcia Soalheiro, que é pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alerta para a exposição prolongada aos ruídos, principalmente durante o sono.

“Há aumento no batimento cardíaco, aumento na pressão arterial, aumento do stress,”, enumera a fonoaudióloga.

Para o especialista e engenheiro de transportes José Eugênio Leal, da PUC-Rio, o problema é a impunidade: “Em parte isso se deve à falta de punição. Uma forma de reduzir a poluição sonora é fiscalizar e tentar identificar veículos individuais que estejam com nível de ruído acima do permitido pela lei.”

Mas porque o trânsito continua fazendo tanto barulho sem nenhuma punição? A quem os moradores incomodados devem recorrer: à Polícia Militar, à Guarda Municipal? Quem deve fiscalizar os ruídos e punir os motoristas infratores? As respostas para todas estas perguntas estão na legislação, mas, por enquanto, é como se ela não existisse.

O Código Nacional de Trânsito determina que cada município fiscalize a emissão de ruídos dos veículos. Mas os artigos não foram regulamentados, ou seja, os deputados federais ainda não definiram como deve ser a fiscalização e a punição. Uma comissão especial na Câmara dos Deputados em Brasília estuda um projeto de lei para tornar obrigatória a inspeção da emissão de ruídos dos veículos nos postos do Detran de todo o Brasil. Desta forma, quem estiver em situação irregular poderá ser punido.

No estado do Rio de Janeiro, um projeto do deputado estadual Carlos Minc, do PT, virou lei, e pode ajudar a combater a poluição sonora. Até 2005, a exigência da vistoria de emissão de ruídos em motos e carros deverá estar implantada.

Por enquanto, apenas um posto do Detran, em Cocotá, na Ilha do Governador está equipado para fazer a medição. Mas nenhum motorista é punido.

“A pessoa não recebe um laudo. Ela tem uma informação se o veículo excedeu ou não o nível de decibéis permitido. Essas informações vão para um banco de dados que são do Detran e da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) para estudos”, explica Carlos Eli, diretor da Divisão de Atendimento do Detran no Rio de Janeiro.

Enquanto se estuda o efeito de tanto barulho, enquanto as leis esperam por regulamentação, o desafio de combater a poluição sonora vai ganhando o tamanho de um problema de saúde pública.



Fonte: RJTV - 22 de outubro de 2004

Decibéis extrapolados

É barulho de todo jeito. Uma mistura de vários sons que acaba ultrapassando os limites suportáveis. Quase sempre o barulho desrespeita os índices determinados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Para zonas residenciais, não pode ultrapassar os 55 decibéis durante o dia e 50 durante a noite.

A exposição prolongada a barulho exagerado pode trazer problemas fisiológicos como perda da audição, surdez permanente e distúrbios cardio-vasculares. A poluição sonora também pode provocar irritabilidade, perdas de concentração e de reflexo, além de estresse.

Em uma esquina de Copacabana, ninguém sabe o que é pior: o barulho da obra do metrô, o apito do controlador de trânsito da CET-Rio, a buzina dos carros ou os freios dos ônibus.

Quem sofre são os moradores do bairro. São pelo menos oito horas de ruídos todos os dias. “Vai perdendo a audição, tem que falar mais alto, principalmente na portaria. Tem que falar praticamente no ouvido da pessoa, porque o barulho é constante”, comenta Álvaro Simonini, síndico.

Em uma das avenidas mais barulhentas da de Copacabana e da cidade – Nossa Senhora com Figueiredo de Magalhães – os ruídos chegam em torno de 100 decibéis. Com um equipamento especial, a equipe do RJTV fez um teste auditivo nas pessoas que ficam expostas a poluição sonora todo dia, por muitas horas, para ver os resultados na audição.

O vendedor ambulante Guilherme Pereira trabalha no local há 44 anos, vendendo sorvete, e sente os efeitos. “Fico com os dois ouvidos e não suporto”, diz.

A fonoaudióloga Cileide Olbrich explica que serão emitidos em cada ouvido, quatro tipos de ruídos, que vão de 500 a 4 mil hertz. Guilherme Pereira não conseguiu ouvir os ruídos no teste. “Ele pode ter um problema auditivo, proveniente deste barulho e deste ambiente ruidoso”, opina Cileide.

A professora Wilma Caldas, moradora de Copacabana, também está sentindo as conseqüências da falta de silêncio. “No ouvido esquerdo, não ouvi absolutamente nada”, conta.

Dos cinco testados, todos apresentaram diminuição da audição. “Grande parte das pessoas que moram ou trabalham em Copacabana acabam perdendo a audição ao longo dos anos. Elas só percebem que perdeu a audição quando ela realmente já se torna irreversível”, acrescenta a fonoaudióloga Cileide Olbrich.

Já que os barulhos são inevitáveis, o melhor é aprender a conviver com a poluição sonora, sem se prejudicar.“O ideal é que você se afaste de fontes sonoras muito intensas, como campainhas, sirenes de garagem ou buzinas, além de eviter ficar longo tempo exposto a esse tipo de ruído, principalmente os acima de 85 decibéis”, finaliza Cileide.



Fonte: RJTV - 15 de julho de 2004

Poluição Sonora


Há quem conteste as novas normas, antes mesmo de elas serem postas em prática.

Por causa do barulho, a artista plástica Vivian Scortegagna mudou de endereço. Ela conta que no condomínio onde morava, no Leblon, as sinaleiras de garagem tocavam a noite toda.

"Trabalhando, vendo um filme, fica aquele barulho sem parar", conta ela.

Da janela do quarto no novo apartamento, Vivian agora só ouve o canto dos passarinhos.

Hoje o Rio de Janeiro está entre as dez cidades mais barulhentas do mundo. Para tentar garantir a saúde auditiva da população, foi sancionada, na última quinta-feira, uma lei que estabelece normas em relação à poluição sonora no estado.

Agora ônibus e caminhões vão ter que mudar os sistemas de freio, amortecedor e câmbio.

"Os ônibus incomodam, principalmente as ruas principais de Copacabana", diz Norma Farelli, dona de casa.

As sinaleiras de garagem não vão ser mais obrigatórias e terão dispositivo silencioso para as madrugadas.

As manobras de caminhões de lixo vão ser proibidas entre 1h e 5h.

O RJTV convidou o engenheiro mecânico Gilberto Fucks para medir o nível de ruído na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com a Rua Figueiredo de Magalhães, uma das mais movimentadas na cidade. O resultado ficou acima do valor considerado ideal para a região.

"O permitido são 55 decibéis. A gente mediu e deu acima de 75. Isso, em termos de energia, significa 100 vezes mais do que o recomendado", explica ele.

O presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães Gomes concorda que o bairro é barulhento, mas acha que a nova lei precisa ser revista.

"De fato, recebemos muitas reclamações sobre os caminhões, mas se esse recolhimento for feito durante o dia, o transito em Copacabana, que já é bastante confuso, vai ficar pior", argumenta Horácio Magalhães Gomes.



Fonte: RJTV - 20 de maio de 2004

Barulho, muito barulho

Famílias que moram em frente a viadutos sofrem com ruídos dia e noite. Algumas pessoas preferem fechar as janelas e enfrentar o forte calor. Segundo especialistas, essas pessoas são submetidas a 20 decibéis acima do suportável pelo ouvido humano.

Alex Sandra se mudou da Bahia para o Rio há pouco mais de um mês com as duas filhas. O apartamento ainda não está mobiliado, mas a nova casa é espaçosa e tem até varanda. O problema é que fica quase dentro das pistas do elevado Paulo de Frontin. O barulho é infernal. A comerciante já pensa em se mudar do apartamento, alugado pelo patrão.

"Não dá para ficar com nada aberto, nem janela nem porta. Tem que ser tudo fechado o tempo todo por causa do barulho. E eu tenho uma bebê, né?, fala Alex Sandra.

Outra família que sofre bastante com o ruído do trânsito é a do Vanderlei, que mora às margens da Linha Amarela. Lá, a janela também vive fechada já que as pistas da auto-estrada ficam a poucos metros do prédio. Se com a janela fechada a casa já é barulhenta, imagina o que acontece quando ela é aberta...

O metalúrgico vive no condomínio há 20 anos com a mulher e as duas filhas pequenas. Ele lembra da tranqüilidade do local antes da construção da Linha Amarela. Mesmo sem nenhuma corrente de ar circulando pelo apartamento, a família prefere passar calor a ouvir o barulho dos carros.

"Eu me sinto como um passarinho preso. Não posso abrir a janela durante o dia nem durante a noite. Além desse aspecto feio, de carro pra lá, carro pra cá. É muito barulho estressando o nosso dia e a nossa noite. Não temos nada de beleza aqui", desabafa Vanderlei de Oliveira.

O RJTV convidou um especialista em acústica ambiental para medir o nível de barulho suportado por Vanderlei e outros moradores do condomínio. Resultado: 20 decibéis acima do considerado aceitável em uma área residencial.

A concessionária que administra a Linha Amarela instalou barreiras acústicas para auto-estradas que chegam a reduzir pela metade a sensação sonora dentro de casa, mas elas são muito baixas e acabam sendo eficazes apenas para quem mora no primeiro andar.

"Teria que ser feito um projeto de barreiras acústicas que vão, praticamente, proteger o prédio todo. Como o prédio é muito alto, a barreira teria que ser encurvada na direção da pista. E talvez colocar um septo no meio, quer dizer, uma barreira no meio da pista para cuidar dos carros que estão do outro lado", explica Jules Slama, especialista em acústica.

O barulho constante também acarreta problemas de saúde que Vanderlei já vem constatando nas filhas.

"Eu falo com elas e elas ficam: hein?, hein?", fala o metalúrgico Vanderlei de Oliveira.

"O barulho é muito ruim para estudar", diz a filha de Vanderlei, Jasmim, de cinco anos.

Uma escola, ao lado do condomínio, também foi prejudicada com a construção da Linha Amarela, mas a diretoria reclamou e a Lamsa instalou janelas com vidro reforçado e aparelhos de ar condicionado. O barulho deixou de incomodar.

Vanderlei e família também aguardam, ansiosamente, por uma solução semelhante.

"Eu espero que tenha uma solução para isso aí. Para que a gente possa conseguir dormir melhor", conclui Vanderlei.



Fonte: RJTV - 23 de maio de 2003

Cidade do barulho

Uma cidade no volume máximo. O barulho excessivo incomoda cariocas dentro de casa e até na sala de aula.

Será que é possível estudar com barulho? Os professores e os alunos de uma escola na Gávea garantem que não.

"Eu tenho que pedir para o professor repetir a matéria, porque passa o ônibus e faz muito barulho. Aí eu sempre fico perdendo a matéria", afirma um estudante.

"Tem momentos em que o barulho é tão grande que os alunos vão à janela, olham, reclamam, pedem silêncio para os carros lá embaixo", constata a professora Kátia Regina de Araújo.

Dar aula na escola exige um esforço além do que a voz de alguns agüenta.

"Eu vivo rouca, porque eu dou aula nessa escola todos os dias e o barulho é infernal. Dentro da minha bolsa sempre tem pastilha de gengibre", conta uma professora.

Segundo a escola, o problema começou depois que a prefeitura mudou o trânsito no bairro, em julho do ano passado. Um especialista em acústica mediu e constatou que o barulho na região está mais de 20 decibéis acima do aceitável.

"Parte da aula é imperdível, praticamente. Como conseqüência, que o efeito já acumula durante várias aulas e o aluno acaba desistindo de estudar", explica o especialista em acústica Jules Slama.

Os alunos da escola convivem com o barulho durante um determinado período do dia, mas imagine morar em um lugar onde o trânsito não dá trégua? Como em cima do viaduto por onde passam os carros que vão e vêm da Zona Sul para a Barra da Tijuca.

"Parem com essa barulheira. Tem gente que mora aqui, tem criança...", grita o aposentado Ary Lopes.

Seu Ary mostra os sinais da irritação que o barulho provoca.

"São 24 horas de poluição sonora e a gente aspirando a fumaça negra. Isso irrita os moradores. Eu, por exemplo, sou um. É por isso que eles me chamam de maluco, porque eu reclamo os meus direitos", declara.

Marli tenta manter a calma, fechando a janela e aumentando o volume da TV.

"É barulho o dia inteiro. A gente tem vontade de fechar tudo e ir embora", garante.

É, a cidade pode ser maravilhosa, mas tem ruas barulhentas demais.

"É uma falta de respeito com o direito do outro. O ouvido já acostuma com o barulho e você até fica doente por causa disso", observa um carioca.

"Eu sou de Minas Gerais, e acho uma bagunça terrível. Eu não estou agüentando ficar aqui", constata uma mineira.

E no meio de tanto ruído, um alívio. Em uma praça, em Copacabana, o silêncio ganha ainda mais valor. Uma paz que inspira.

"Você sai lá da Figueiredo de Magalhães, da Santa Clara, vem pra cá e já vai ficando aquela tranqüilidade, aquele fresquinho... Você já vai se acalmando, aí você senta, relaxa. É o paraíso", garante uma carioca.

Quem fiscaliza os índices de ruído na cidade é a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Quem quiser fazer uma denúncia, pode ligar para o Disque-Barulho. O telefone é: (21) 2503-2795. Mas a secretaria informa que, por causa da legislação, não pode multar veículos que fazem ruído demais.



Fonte: RJTV - 22 de maio de 2003

Barulho prejudica alunos em sala de aula na Gávea

Os alunos precisam se esforçar para conseguir ouvir o professor. O som que vem da rua está 20 decibéis acima do suportável.

O som predominante nas salas de aula do colégio estadual André Maurois é do trânsito. Em vez da voz do professor, o ruído de ônibus, caminhões e buzinas é que prevalecem. Quem senta nas últimas fileiras, mal ouve a lição.

“Não dá para escutar, não. O barulho é muito forte. Tem que pedir sempre para repetir a matéria”, fala o estudante Wagner Rosa, 17 anos.

Professores e alunos são unânimes ao afirmar que desde que o trânsito mudou na Gávea, em julho do ano passado, e o fluxo de veículos aumentou nas imediações do colégio, dar aulas e prestar atenção nelas se tornou quase insuportável. A alteração no tráfego está prejudicando o aprendizado de 2300 alunos do colégio.

“Tem momentos, no horário de pico, mais ou menos 10 horas, que a gente não consegue falar. A gente, muitas vezes, tem que dar exercícios para que eles façam os exercícios sozinhos para ver se conseguem algum tipo de concentração”, fala Kátia Regina Araújo, professor de História.

O RJTV convidou um especialista em acústica ambiental para medir o nível de ruído nas salas de aula. Com um decibelímetro, o técnico da Coppe concluiu que o barulho no colégio está mais de 20 decibéis acima do aceitável.

“Os alunos, do fundo da sala praticamente não escutam a aula. Perdem uma parte da aula e ficam dispersos, então, tem uma série de conseqüências ao aprendizado. Como conseqüência, o efeito se acumula. O aluno acaba desistindo de estudar a matéria”, explica Jules Slama, especialista em acústica.

A professora Márcia Magaldi, de Geografia, vive rouca.

“Eu estava passando um exercício para eles fazerem em dupla. Isso é para eu não ter que gastar a minha voz. Assim como eu, vários professores têm problema de rouquidão, diz a professora Márcia Magaldi.

Quem depende da concentração para estudar para o vestibular, reclama com razão.

“Não dá para você coordenar a aula com a professora falando e com tudo isso. São vários infortúnios. É muito difícil!”, diz a estudante Priscila da Penha Conceição, de 17 anos.


Fonte: RJTV - 22 de maio de 2003

Abaixo-assinado contra barulho das sinaleiras na Zona Sul


Três mil moradores da Zona Sul fazem abaixo-assinado pedindo uma maior fiscalização das sinaleiras de advertência para pedestres, instaladas nas entradas e saídas das garagens. Muitos prédios não cumprem a legislação, que prevê o desligamento dos alarmes à noite e, além disso, utilizam sirenes com volume acima do permitido.

Da janela de casa, seu Antônio ouve o barulho que vem do outro lado da rua: a sinaleira da garagem vizinha.

"Eles deixam a sinaleira ligada, a qualquer hora, às vezes eu acordo às 4h da manhã com a sinaleira ligada. O cidadão carioca hoje vive num inferno no Rio de Janeiro, por que as sinaleiras tocam a qualquer hora", diz Antônio Alves, paisagista.

Elas estão em quase todas as ruas da cidade e são alvo de reclamações. Três mil moradores da Zona Sul fizeram um abaixo-assinado que será encaminhado à Câmara dos Vereadores.

"A Secretaria de Meio Ambiente não fiscaliza nada. Durante o dia eles até respeitam, agora, de noite, desrespeitam, sem a menor consideração. É uma irresponsabilidade total, e desumana, porque as pessoas querem dormir e realmente, às 4h ou 5h da manhã, e sem mais nem menos toca, dispara essa praga. Isso é uma verdadeira praga! Nós vamos fazer de tudo, não vamos descansar enquanto não acabar com isso", assegura Pedro Paulo Gonçalves, economista.

Para diminuir o ruído, um porteiro encontrou uma solução simples: colou uma fita isolante no aparelho.

Há 17 anos, a Lei Municipal nº 938 determina que todo prédio com garagem é obrigado a ter a sinaleira de advertência para pedestres. O som do equipamento não pode ultrapassar os 85 decibéis nem durar mais de 30 segundos. Além disso, o sonorizador deve ser desligado entre 10h da noite e 6h da manhã.

É à noite que muitos edifícios não respeitam a lei, que permite que apenas os sinais luminosos fiquem acesos.

"Eu recebo sempre reclamação do alarme aí, da sirenezinha", confirma Rosival da Silva, porteiro.

A fiscalização é responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Quem não respeitar está sujeito à notificação e multa de até R$ 2 mil, e a garagem pode ser interditada.

Uma artista plástica conviveu três anos com o problema. O incômodo era tanto que ela resolveu se mudar. O novo prédio nem garagem tem.

"Três horas da manhã, você dormindo, e a sinaleira tocando direto. Eram mais ou menos oito à minha frente. Agora, vim pra cá, é um sossego, tem passarinho cantando na janela. É ótimo!", comemora Vivian Rossana, artista plástica.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que mediante denúncia através do serviço Disque-Barulho providencia vistoria técnica nas sinaleiras. O telefone para as reclamações é 2503-2795.



Fonte: RJTV - 10 de setembro de 2003

Inimigo Invisível

O RJTV já falou da poluição industrial, que causa grandes prejuízos ao meio ambiente e traz um enorme risco para a saúde dos moradores. A poluição sonora é diferente de uma mancha de óleo ou de uma fumaça tóxica que polui o ar. Mas ainda assim, atrapalha, e muito, a vida do carioca e pode provocar doenças.

Enquanto uns querem descanso e sossego, outros buscam badalação - é à noite que bares, restaurantes e boates têm mais movimentos, e, conseqüentemente, produzem mais barulho. Característica que faz desse tipo de estabelecimento os campeões de reclamações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Nos últimos três meses, foram quase 700 queixas à prefeitura. De dia, os ruídos aumentam e são constantes. Na rua, diversos tipos de barulho contribuem para o incomodo: sirenes, buzinas, veículos pesados, como caminhões de lixo e ônibus.

O RJTV convidou um especialista para medir o nível de barulho de uma das esquinas maior movimento da cidade: Avenida Figueiredo de Magalhães com Avenida Nossa Senhora de Copacabana.

No local, o decibelímetro chegou a 97,3 decibéis, 25 unidades acima do considerado aceitável para o ouvido humano.

"A pessoa, depois de um dia de trabalho na rua, se sente cansada, irritada, não pelo barulho muito alto, mas pelo tipo de barulho", explica Jules Slama, pesquisador da Coppe.

Segundo o Conselho Regional de Medicina, após oito horas exposta a um ruído de 85 decibéis, o correspondente ao barulho de um aspirador de pó, a pessoa passa a sofrer lesões no aparelho auditivo. A cada cinco decibéis a mais, o tempo de tolerância cai pela metade. O limite máximo para um barulho de 90 decibéis é de quatro horas.

Para suportar a barulheira da cidade, janelas fechadas e ar-condicionado ligado. Quem não tem como escapar sofre e reclama.

"Eu fico estressado", diz um senhor.

Por enquanto, o barulho produzido por veículos é um problema que não tem solução, não há nenhuma legislação que regulamente a fiscalização. Por isso, a Secretaria de Meio Ambiente não pode reprimir as chamadas fontes móveis de ruído, que são os carros, ônibus e caminhões.

Um projeto de lei que está tramitando na Assembléia Legislativa desde outubro, sugere medidas e investimentos para diminuir esses transtornos. Enquanto isso, não acontece, melhor driblar o barulho com bom humor.

"Às vezes, estressa, mas eu, como sou aposentado, o único barulho que eu tenho é o da tranqüilidade", brinca um senhor.


Fonte: RJTV - 11 de novembro de 2003

domingo, 3 de junho de 2007

Ministério Público sugere medidas ao município

Promotores recomendam só dar licença a bares com música se houver isolamento acústico
Fernanda Pontes

A quantidade de denúncias relativas à poluição sonora e à ineficiência da prefeitura em interditar estabelecimentos que desrespeitam a legislação levaram o Ministério Público a enviar uma recomendação ao prefeito Cesar Maia. No documento, o MP pede que o licenciamento de bares e boates com música ao vivo ou mecânica seja feito somente após a implantação de isolamento acústico eficaz. Outra medida sugerida pelos quatro promotores de Meio Ambiente é que o município use o poder de polícia para fechar os locais reincidentes.
Estabelecimentos interditados continuam funcionando Levantamento feito pelo MP mostra que este ano foram instaurados 300 inquéritos relativos a barulho no município do Rio. Outras 30 ações estão em andamento. Pela estimativa dos promotores, 90% dessas ações dizem respeito a estabelecimentos comerciais que foram interditados administrativamente pela prefeitura, mas continuam funcionando.

— Somente na minha promotoria, há casos de pelo menos dez bares e restaurantes que deveria estar fechados, mas funcionam normalmente — diz a promotora Rosani Cunha.

Para o MP, se a prefeitura exigisse o isolamento acústico antes de fazer o licenciamento dos estabelecimentos, o número de pessoas incomodadas seria bem menor. Isso porque a maioria das reclamações é sobre lugares sem o tratamento acústico. Ainda segundo o MP, a burocracia para fechar um estabelecimento facilita o descumprimento da lei.

Hoje, esse processo burocrático pode levar anos. De acordo com a Secretaria municipal de Meio Ambiente, a partir de reclamações da população, a prefeitura faz a medição do ruído. Se for comprovado que o barulho é maior que o permitido, o local é advertido. Somente após a terceira multa a fonte poluidora é interditada parcialmente, com apreensão dos equipamentos. Só depois é enviado ofício ao MP, à PM e à Inspetoria Regional de Licenciamento e Fiscalização (IRLF). Os valores das multas são baixos: variam de R$ 200 a R$ 2 mil.

Dados da Secretaria municipal de Meio Ambiente mostram que este ano foram registradas 369 reclamações. A área que concentrou o maior número (135) foi a AP-2 (Zona Sul e Tijuca).

Pelo ranking da secretaria, bares, restaurantes e academias de ginástica são os que mais motivam reclamações.


Fonte: Jornal O Globo

Barulho em Copacabana ultrapassa limite permitido

Daniel Engelbrecht

O que já há algum tempo é motivo de reclamações de quem mora ou trabalha em Copacabana, o barulho excessivo do trânsito, agora foi comprovado por pesquisadores da Escola Politécnica e da Coppe/UFRJ. Depois de realizar mais de 120 medições de ruídos em oito pontos do bairro, eles constataram que o nível de poluição sonora em boa parte das ruas supera os limites estabelecidos por resoluções da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da Secretaria municipal de Meio Ambiente. Em áreas turísticas e comerciais, o limite é de 65 decibéis; em residenciais, é de 55. A média constatada em Copacabana foi de 72,3 decibéis.

Foram analisados indicadores como o volume de tráfego diário e a velocidade média dos veículos. Para especialistas, o problema é de saúde pública.

As medições, realizadas em vários horários e dias diferentes, concentraram-se em oito esquinas movimentadas.

Utilizando dados como a largura das vias, a altura dos prédios, o tipo de asfalto e a quantidade de veículos que circulam por dia, foi feita uma simulação, com um programa de computador, dos níveis de ruído nas demais ruas do bairro.
O trabalho, realizado pelo professor Fernando Castro Pinto, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da UFRJ, e pela aluna de mestrado da Coppe/UFRJ Maysa Moreno, deu origem a um mapa detalhado sobre a poluição sonora em Copacabana

Próximo passo é fazer o mapa do barulho na Tijuca O ponto mais barulhento foi a esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com a Rua Figueiredo Magalhães, onde a média foi de 74,5 decibéis.
Segundo Fernando, o tráfego de ônibus nas duas vias contribuiu para o problema.

Já na esquina das ruas Domingos Ferreira e Siqueira Campos, o nível de ruídos atingiu 69 decibéis. As medições não levaram em conta o barulho proveniente de bares e outros estabelecimentos comerciais.

— Em alguns momentos, tivemos picos de até cem decibéis — conta Maysa, informando que os pesquisadores farão agora um mapa da Tijuca.

Segundo Fernando, na Europa, a elaboração de mapas de ruídos em cidades com mais de 250 mil habitantes, com revisões a cada cinco anos, é obrigatória desde 2002. Com isso, pode-se planejar melhor intervenções no tráfego e instalação de novos empreendimentos.

O mapa também ajuda a entender a desvalorização imobiliária.

No ponto mais barulhento de Copacabana, imóveis de frente chegam a valer até 10% menos do que os de fundo.

— Só alugamos apartamentos de frente na Avenida Nossa Senhora de Copacabana para estrangeiros, que vão ficar pouco tempo. Brasileiros preferem os de fundo — diz o corretor de imóveis Michel Chamovitz.

O excesso de ruído pode causar problemas de audição e aumentar o nível de estresse. A fiscalização do barulho do trânsito não está prevista na lei, por isso não é feita pela prefeitura.

— Considero importante o mapeamento acústico da cidade, na medida em que esses dados sirvam de parâmetros para o planejamento do trânsito, o desenvolvimento de tecnologia de pavimentação e até para as montadoras de veículos, para melhorar a qualidade de vida da população — afirmou a secretária municipal de Meio Ambiente, Rosa Fernandes.


Fonte: Jornal O Globo

domingo, 6 de maio de 2007

Lei do silêncio em feira livre entra em vigor em SP

Tatiana Vasconcellos - 06/04/07

Entrou em vigor hoje um decreto polêmico, assinado pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab. O feirante que quiser chamar a atenção da freguesia vai ter que baixar o tom de voz. O decreto institui uma espécie de "lei do silêncio" e dá direito aos moradores de reclamar do ruído das feiras livres. De acordo com a medida, é proibido utilizar aparelhos sonoros e proclamar em voz alta as mercadorias, em volume que cause incômodo aos usuários da feira e aos moradores. Se for constatado que o volume está acima do aceitável, os donos das barracas podem receber uma notificação, uma suspensão e, em caso de reincidência, a perda da matrícula na feira livre. A prefeitura, no entanto, promete não ser tão radical na aplicação da norma.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Problema Cartunizado

Trata-se de uma animação que demonstra de forma satirizada e extrema os problemas do ruído urbano, porém com uma boa ilustração das situações problematicas criadas por esse incômodo.

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sábado, 14 de abril de 2007

IMPUNIDADE

Video que demonstra a negligência e impunidade pela parte dos administradores de um condomínio sobre uma queixa de um ruído intermitente produzido pelo vizinho -

"Video sobre a tortura que foi agüentar o barulho da descarga feito propositalmente por vizinhos criminosos durante 30 meses, e um síndico que não fez absolutamente nada, pelo contrário."Unanimidade" na base do terror e do medo...BASTA! Final 1 do bloco F, Exijam seus direitos!"