Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre RUÍDO URBANO, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Barulho com cautela


O som é inconfundível. O aviso aos pedestres é de que por perto algum carro está saindo de uma garagem. Para a estudante Maria Carlota de Alencar Pires, que é deficiente visual, o sinal sonoro é uma ajuda e tanto, principalmente em ruas onde o movimento nas calçadas é grande. Ela diz que já quase foi atropelada na saída de uma garagem.

“O sinal sonoro é muito importante para os deficientes visuais por dois motivos. Primeiro porque é uma segurança, principalmente nas ruas de grande movimento. E segundo porque, na maioria das vezes, os motoristas que saem de garagens subterrâneas não têm condições de visualizar quem está passando”, comenta Maria Carlota.

Mas se para uns o barulho é um alerta de segurança, para outros é um incômodo constante. O engenheiro Isnard Campelo Filho mora com a mãe de 90 anos em um prédio em Copacabana. Ele diz que as sinaleiras tocam por qualquer motivo, a qualquer hora do dia ou da noite.

“Hoje essa sinaleira sonora não serve só para automóveis, então, é caótico”, critica o engenheiro.

Uma lei municipal aprovada pela Câmara depois de ter sido vetada pelo prefeito Cesar Maia proíbe o uso de sinaleiras sonoras nas saídas das garagens. Os condomínios ficaram obrigados a instalar duas placas. Uma do lado de fora, dizendo “Atenção: entrada e saída de veículos”. E outra dentro da garagem, avisando que a preferência é do pedestre.

Ainda de acordo com a lei, imóveis com grande movimento de entrada e saída de veículos, como hospitais, edifícios-garagem e supermercados, devem ter operadores de tráfego.

Mas a prefeitura está questionando a constitucionalidade da lei. O governo municipal alega que o Conselho Nacional de Trânsito exige a instalação das sinaleiras sonoras e que enquanto a questão não é julgada a lei não pode valer. Por isso, o uso das sinaleiras não está sendo reprimido pela fiscalização e muitos moradores reclamam.

“Não suporto mais andar ouvindo essa campainha tocar. Isso estressa, é apito de esquina em esquina”, comenta um morador.

“Esse apito vai direto ao seu ouvido, mesmo se você estiver deitado em uma cobertura ou em um quarto de fundos”, diz outro morador.

O médico do trabalho Luiz Tenório, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), fez uma medição do barulho das sinaleiras. Algumas passam de 100 decibéis.

“Para os porteiros, que trabalham oito oras por dia, certamente estão com danos na saúde auditiva. Isso também aumenta o estresse e a hipertensão”, diz o médico.

“O barulho afeta a saúde, as sinaleiras acabam com s tímpanos. Desligar as sinaleiras, com responsabilidade, melhora a saúde auditiva da população”, defende o deputado estadual Carlos Minc (PT).

A Associação Brasileira de Administradoras de Imóveis (Abadi) apóia o desligamento das sinaleiras sonoras. Neste sábado, em um encontro de síndicos, a Abadi vai distribuir um folheto com algumas dicas para reduzir a poluição sonora, como utilizar redutores de velocidade na saída das garagens, instalar espelhos côncavos para melhorar a visibilidade dos motoristas e ligar as sinaleiras apenas no caso de saída de veículos nas áreas onde é grande o movimento de crianças, idosos e deficientes.

“Tenham sempre muita cautela, para não saírem tirando as sinaleiras só porque a lei permite. É preciso avaliar se o trânsito de pedestres é muito grande no local do condomínio, se há algum colégio ou alguma creche perto. Nessas circunstâncias, as sinaleiras não devem ser retiradas. Mas em ruas tranqüilas não se justifica que as sinaleiras continuem funcionando”, orienta o presidente da Abadi George Massett.



Fonte: RJTV - 9 de abril de 2005

Um comentário:

Ana Carolina disse...

Gostaria de expressar aqui, se me permitirem, uma situação que está me causando muito transtorno. O Metrô Rio está com um canteiro enorme no estacionamento da PUC-RJ, não sei por qual motivo resolveu alocar 2 agentes de tráfego justamente na saída do estacionamento do Shopping da Gávea. Esses agentes de tráfego não fazem a menor falta. No entanto, ficam querendo mostrar serviço e, para isso, ficam apitando loucamente e interferindo demais no tráfego, criando um segundo sinal imaginário após ao da Rua Marques de São Vicente em frente ao referido shopping/ sapataria São Vicente. É uma atitude desproporcional ao trânsito que se observa nesta rua MSV. Em suma, então em prol dos apitaços do Metrô, não se pode ter uma vida inteligente em casa das 6 às 20 horas. Interessante é que não há qualquer canal de comunicação em que se possa expor essa situação, fica um jogo de empurra entre a prefeitura, metrô e a cet-rio, a culpa não é de ninguém. obrigada pela atenção