Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre RUÍDO URBANO, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Barulho prejudica alunos em sala de aula na Gávea

Os alunos precisam se esforçar para conseguir ouvir o professor. O som que vem da rua está 20 decibéis acima do suportável.

O som predominante nas salas de aula do colégio estadual André Maurois é do trânsito. Em vez da voz do professor, o ruído de ônibus, caminhões e buzinas é que prevalecem. Quem senta nas últimas fileiras, mal ouve a lição.

“Não dá para escutar, não. O barulho é muito forte. Tem que pedir sempre para repetir a matéria”, fala o estudante Wagner Rosa, 17 anos.

Professores e alunos são unânimes ao afirmar que desde que o trânsito mudou na Gávea, em julho do ano passado, e o fluxo de veículos aumentou nas imediações do colégio, dar aulas e prestar atenção nelas se tornou quase insuportável. A alteração no tráfego está prejudicando o aprendizado de 2300 alunos do colégio.

“Tem momentos, no horário de pico, mais ou menos 10 horas, que a gente não consegue falar. A gente, muitas vezes, tem que dar exercícios para que eles façam os exercícios sozinhos para ver se conseguem algum tipo de concentração”, fala Kátia Regina Araújo, professor de História.

O RJTV convidou um especialista em acústica ambiental para medir o nível de ruído nas salas de aula. Com um decibelímetro, o técnico da Coppe concluiu que o barulho no colégio está mais de 20 decibéis acima do aceitável.

“Os alunos, do fundo da sala praticamente não escutam a aula. Perdem uma parte da aula e ficam dispersos, então, tem uma série de conseqüências ao aprendizado. Como conseqüência, o efeito se acumula. O aluno acaba desistindo de estudar a matéria”, explica Jules Slama, especialista em acústica.

A professora Márcia Magaldi, de Geografia, vive rouca.

“Eu estava passando um exercício para eles fazerem em dupla. Isso é para eu não ter que gastar a minha voz. Assim como eu, vários professores têm problema de rouquidão, diz a professora Márcia Magaldi.

Quem depende da concentração para estudar para o vestibular, reclama com razão.

“Não dá para você coordenar a aula com a professora falando e com tudo isso. São vários infortúnios. É muito difícil!”, diz a estudante Priscila da Penha Conceição, de 17 anos.


Fonte: RJTV - 22 de maio de 2003

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