Há quem conteste as novas normas, antes mesmo de elas serem postas em prática.
Por causa do barulho, a artista plástica Vivian Scortegagna mudou de endereço. Ela conta que no condomínio onde morava, no Leblon, as sinaleiras de garagem tocavam a noite toda.
"Trabalhando, vendo um filme, fica aquele barulho sem parar", conta ela.
Da janela do quarto no novo apartamento, Vivian agora só ouve o canto dos passarinhos.
Hoje o Rio de Janeiro está entre as dez cidades mais barulhentas do mundo. Para tentar garantir a saúde auditiva da população, foi sancionada, na última quinta-feira, uma lei que estabelece normas em relação à poluição sonora no estado.
Agora ônibus e caminhões vão ter que mudar os sistemas de freio, amortecedor e câmbio.
"Os ônibus incomodam, principalmente as ruas principais de Copacabana", diz Norma Farelli, dona de casa.
As sinaleiras de garagem não vão ser mais obrigatórias e terão dispositivo silencioso para as madrugadas.
As manobras de caminhões de lixo vão ser proibidas entre 1h e 5h.
O RJTV convidou o engenheiro mecânico Gilberto Fucks para medir o nível de ruído na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com a Rua Figueiredo de Magalhães, uma das mais movimentadas na cidade. O resultado ficou acima do valor considerado ideal para a região.
"O permitido são 55 decibéis. A gente mediu e deu acima de 75. Isso, em termos de energia, significa 100 vezes mais do que o recomendado", explica ele.
O presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães Gomes concorda que o bairro é barulhento, mas acha que a nova lei precisa ser revista.
"De fato, recebemos muitas reclamações sobre os caminhões, mas se esse recolhimento for feito durante o dia, o transito em Copacabana, que já é bastante confuso, vai ficar pior", argumenta Horácio Magalhães Gomes.
Fonte: RJTV - 20 de maio de 2004
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