Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre RUÍDO URBANO, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Decibéis extrapolados

É barulho de todo jeito. Uma mistura de vários sons que acaba ultrapassando os limites suportáveis. Quase sempre o barulho desrespeita os índices determinados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Para zonas residenciais, não pode ultrapassar os 55 decibéis durante o dia e 50 durante a noite.

A exposição prolongada a barulho exagerado pode trazer problemas fisiológicos como perda da audição, surdez permanente e distúrbios cardio-vasculares. A poluição sonora também pode provocar irritabilidade, perdas de concentração e de reflexo, além de estresse.

Em uma esquina de Copacabana, ninguém sabe o que é pior: o barulho da obra do metrô, o apito do controlador de trânsito da CET-Rio, a buzina dos carros ou os freios dos ônibus.

Quem sofre são os moradores do bairro. São pelo menos oito horas de ruídos todos os dias. “Vai perdendo a audição, tem que falar mais alto, principalmente na portaria. Tem que falar praticamente no ouvido da pessoa, porque o barulho é constante”, comenta Álvaro Simonini, síndico.

Em uma das avenidas mais barulhentas da de Copacabana e da cidade – Nossa Senhora com Figueiredo de Magalhães – os ruídos chegam em torno de 100 decibéis. Com um equipamento especial, a equipe do RJTV fez um teste auditivo nas pessoas que ficam expostas a poluição sonora todo dia, por muitas horas, para ver os resultados na audição.

O vendedor ambulante Guilherme Pereira trabalha no local há 44 anos, vendendo sorvete, e sente os efeitos. “Fico com os dois ouvidos e não suporto”, diz.

A fonoaudióloga Cileide Olbrich explica que serão emitidos em cada ouvido, quatro tipos de ruídos, que vão de 500 a 4 mil hertz. Guilherme Pereira não conseguiu ouvir os ruídos no teste. “Ele pode ter um problema auditivo, proveniente deste barulho e deste ambiente ruidoso”, opina Cileide.

A professora Wilma Caldas, moradora de Copacabana, também está sentindo as conseqüências da falta de silêncio. “No ouvido esquerdo, não ouvi absolutamente nada”, conta.

Dos cinco testados, todos apresentaram diminuição da audição. “Grande parte das pessoas que moram ou trabalham em Copacabana acabam perdendo a audição ao longo dos anos. Elas só percebem que perdeu a audição quando ela realmente já se torna irreversível”, acrescenta a fonoaudióloga Cileide Olbrich.

Já que os barulhos são inevitáveis, o melhor é aprender a conviver com a poluição sonora, sem se prejudicar.“O ideal é que você se afaste de fontes sonoras muito intensas, como campainhas, sirenes de garagem ou buzinas, além de eviter ficar longo tempo exposto a esse tipo de ruído, principalmente os acima de 85 decibéis”, finaliza Cileide.



Fonte: RJTV - 15 de julho de 2004

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