Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre RUÍDO URBANO, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Cidade do barulho

Uma cidade no volume máximo. O barulho excessivo incomoda cariocas dentro de casa e até na sala de aula.

Será que é possível estudar com barulho? Os professores e os alunos de uma escola na Gávea garantem que não.

"Eu tenho que pedir para o professor repetir a matéria, porque passa o ônibus e faz muito barulho. Aí eu sempre fico perdendo a matéria", afirma um estudante.

"Tem momentos em que o barulho é tão grande que os alunos vão à janela, olham, reclamam, pedem silêncio para os carros lá embaixo", constata a professora Kátia Regina de Araújo.

Dar aula na escola exige um esforço além do que a voz de alguns agüenta.

"Eu vivo rouca, porque eu dou aula nessa escola todos os dias e o barulho é infernal. Dentro da minha bolsa sempre tem pastilha de gengibre", conta uma professora.

Segundo a escola, o problema começou depois que a prefeitura mudou o trânsito no bairro, em julho do ano passado. Um especialista em acústica mediu e constatou que o barulho na região está mais de 20 decibéis acima do aceitável.

"Parte da aula é imperdível, praticamente. Como conseqüência, que o efeito já acumula durante várias aulas e o aluno acaba desistindo de estudar", explica o especialista em acústica Jules Slama.

Os alunos da escola convivem com o barulho durante um determinado período do dia, mas imagine morar em um lugar onde o trânsito não dá trégua? Como em cima do viaduto por onde passam os carros que vão e vêm da Zona Sul para a Barra da Tijuca.

"Parem com essa barulheira. Tem gente que mora aqui, tem criança...", grita o aposentado Ary Lopes.

Seu Ary mostra os sinais da irritação que o barulho provoca.

"São 24 horas de poluição sonora e a gente aspirando a fumaça negra. Isso irrita os moradores. Eu, por exemplo, sou um. É por isso que eles me chamam de maluco, porque eu reclamo os meus direitos", declara.

Marli tenta manter a calma, fechando a janela e aumentando o volume da TV.

"É barulho o dia inteiro. A gente tem vontade de fechar tudo e ir embora", garante.

É, a cidade pode ser maravilhosa, mas tem ruas barulhentas demais.

"É uma falta de respeito com o direito do outro. O ouvido já acostuma com o barulho e você até fica doente por causa disso", observa um carioca.

"Eu sou de Minas Gerais, e acho uma bagunça terrível. Eu não estou agüentando ficar aqui", constata uma mineira.

E no meio de tanto ruído, um alívio. Em uma praça, em Copacabana, o silêncio ganha ainda mais valor. Uma paz que inspira.

"Você sai lá da Figueiredo de Magalhães, da Santa Clara, vem pra cá e já vai ficando aquela tranqüilidade, aquele fresquinho... Você já vai se acalmando, aí você senta, relaxa. É o paraíso", garante uma carioca.

Quem fiscaliza os índices de ruído na cidade é a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Quem quiser fazer uma denúncia, pode ligar para o Disque-Barulho. O telefone é: (21) 2503-2795. Mas a secretaria informa que, por causa da legislação, não pode multar veículos que fazem ruído demais.



Fonte: RJTV - 22 de maio de 2003

Um comentário:

Anônimo disse...

Quero deixar meu protesto, dizendo que este disque barulho "(21)2503-2795", NÃO FUNCIONA!!!
Minha vizinha fez uma festa na casa dela e dixou todo o resto da vizinhança loucos de tanto barulho que saia da casa dela. Tentei ligar várias vezes, mas ninguém atendeu.
Então, está aqui o meu protesto e gostaria que as autoridades responsáveis por esta lastima, verifiquem o andamento deste código, já que comigo não funcionou.